" A pobreza, em primeiro lugar, nunca foi para mim uma desgraça: a luz derramava sobre ela as suas riquezas. (...) Em todo o caso, o belo calor que dominava a minha infância privou-me de qualquer ressentimento. Vivia na penúria, mas também numa espécie de regozijo. (...) O mérito desta feliz imunidade não me cabe. Devo-a, em primeiro lugar, aos meus, a quem faltava quase tudo e invejavam pouco mais do que nada. (...) Além disso, estava eu próprio tão preocupado em sentir para sonhar com outras coisas. " Albert Camus, in "O avesso e o direito". O cheiro que impregnava o ar era nauseabundo. Porém, o quotidiano não tinha sido alterado. Os cães da zona permaneciam imperturbáveis na sua procura da melhor sombra do momento para dormitarem tranquilamente. As crianças brincavam com os detritos, recriando mundos de luz, cor e alegria. Com uma marcha cada vez mais acelerada, passei pelos cães, crianças e lixo, tentando não vomitar. A imagem do contentamento despreocupado das
Comments
é preciso é desfazer e fazer vezes sem conta...estamos vivos.
:) bjo
Sim, estamos vivos e é no fazer/desfazer que vamos amadurecendo e redefinindo as prioridades.
A mudança no layout... também foi um fazer/desfazer! :-)
Obrigada pela visita simpática.
Bjos