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Showing posts from December, 2007

Ano Novo

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Brancas margaridas hoje, outra cor não podia ser. Brancas margaridas hoje, trouxe-as na mão direita. Brancas margaridas hoje, especialmente hoje tinham de ser estas e não outras. Brancas margaridas para receber o Ano Novo. - Maggs -

"It's all about connections..."

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O meu Honda Civic - ano de colheita: 1998 No dia 20 de Novembro de 2007, tornei-me proprietária de um Honda Civic. Nos quatro dias que andámos juntos, provavelmente, ele viveu mais emoções do que nos nove anos de convivência com o dono anterior. E algo me diz que ele se sente bem confortável e seguro na garagem, não ansiando pela minha chegada. No dia 1 de Dezembro, logo cedo fomos ao stand de automóveis colocar a matrícula definitiva. Saímos de lá, orgulhosos, no mínimo. Após um pequeno-almoço no café Caribou (com internet grátis, visto ainda não ter internet em casa), fomos ao supermercado e regressámos a casa. Depois do almoço, fomos ao centro comercial porque precisava de chaves de fenda para montar uma mesa. Quando saí do centro comercial e aproximei-me dele, notei que o pneu dianteiro do lado direito estava nitidamente em baixo. Bem devagarinho, regressámos a casa e telefonei ao meu amigo Said - o Said é um taxista que me "adoptou" porque ele sabe o que é "estar em

Partilha

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Cozinha do apartamento no Museu Casa Milà, projectado por Gaudí (Barcelona, Dez.-07) Para a Miss Curls, pelo energy boost À mesa, partilhámos a vida, já vivida. Os sonhos, ainda por viver, por partilhar. À mesa, sonhámos a vida, por viver, os sorrisos, por partilhar. À mesa, sorrimos pela partilha sentida, pela vida, já vivida. - Maggs -

Perguntar ao verbo

O professor Manso Gigante foi o meu professor de Português no 8.º e 9.º anos, no Externato Júlio César, na Pontinha. Na minha memória, a sua postura distinta e um sorriso sarcástico nos lábios. Quando ele foi meu professor, já tinha atingido uma idade que justificava o sorriso zombeteiro, quase constante, nos lábios. No Externato, os alunos esperavam pelo professor na sala, de pé, e só se sentavam depois da indicação do professor. Por isso, lembro-me do professor Manso Gigante a entrar na sala de aulas, de fato, com um exemplar da obra em análise, o livro dos sumários e um caderno pessoal. Ficava sentado a aula inteira, com os dedos entrelaçados sobre a mesa, olhar penetrante. Nesses dois anos, a língua portuguesa deve ter sido a disciplina mais estudada por mim porque cada aula era um autêntico exame - era exposta à turma, praticamente em todas as aulas. Aprendi a desnudar as frases, perguntando ao verbo: "o quê? a quem?" para saber os complementos directo e indirecto. Apren

Pacífico, meu tormento...

Ao desembarcar no cais, não podia, não queria acreditar no que estava vendo. Homens armados, com o olhar de quem sabe o que está a fazer, sem, na verdade, o saber. Mal recebem uma notificação, dizendo que precisavam defender a pátria, lá se iam orgulhosos... Chamo-me John. Sou jornalista do jornal americano Sun e, neste momento, sou correspondente de guerra no Pacífico. Meu Deus, se os trouxesse aqui para verem no que se transformou Hong-Kong... Talvez não acreditassem! Numa cidade sinistra, onde as barricadas impõem a sua trágica presença! Onde estão os gritos, a algazarra feliz das crianças?! Numa palavra ou expressão, onde está a beleza que tanto apreciei há 5 anos quando vim fazer a minha primeira reportagem no Oriente?... Hong-Kong, colónia britânica, no seio da 2ª Guerra Mundial, servindo de joguete entre potências que, por um lado querem subjugá-la e anexá-la a um grande império, o Japão, e, por outro lado, pretendem mantê-la como uma colónia importante no comércio e tráfico de

Guardião

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Pórtico da propriedade Guell, projectada por Gaudí (Barcelona, Dez.-07) Na imponência do dragão, o reflexo dos teus receios. Algoz, guardião, na medida dos teus arrojos. Para lá do pórtico, guardião da tua essência, - acaso oprimam a tua alma. guardião da tua liberdade, - porventura te enclausurem. Guardião, nunca carrasco! - Maggs -

Festim

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Cozinha do apartamento no Museu Casa Milà, projectado por Gaudí (Barcelona, Dez.-07) O fogão, cozinhando os sabores. O cheiro, conquistando os espaços. O calor, aquecendo os corações. O festim, a alegria do reencontro. - Maggs -

Regaço

Os meus braços, as tuas muralhas. O meu peito, o teu castelo. O meu regaço, o teu refúgio. - confessou-me o teu olhar. Os nossos desencontros, a nossa reunião. Os nossos receios, a nossa audácia. Os nossos adiamentos, a nossa ocasião. - revelou-me o teu sorriso. "Meu amor, estou aqui. Há refúgio no meu regaço". - a tua voz, no meu sonho de ontem. - Maggs -

Tempos difíceis

Violentando o íntimo. Descaracterizando a natureza. Desacreditando os ideais. Lágrimas, deslizando, morrendo nos lábios hirtos, deixando um sabor amargo na boca. Olhar baço, mãos inertes, ombros recolhidos. Foram tempos difíceis. Perdi-me, mas encontrei-me, na desarrumação das emoções. Perdi-te, ainda não te encontrei. - Maggs - (Omaha, 10 de Novembro de 2007)

Entardecer

No entardecer deste amor, não quero falar de amor. Ao longe, observo-me. Sentada, abraçando-me, não podendo falar de amor. As minhas mãos, vazias. Os meus olhos, secos. Em mim, a incredulidade, não conseguindo falar de amor. No entardecer deste amor, quero dizer-te que quero falar de amor novamente. - Maggs - (Omaha, 10 de Novembro de 2007)

Recanto

Já te falei daquele recanto onde tudo é possível? Basta acreditares em ti. - Maggs - (Omaha, 10 de Novembro de 2007 publicado no Jornal Artiletra, Nov.-Dez. 2007)

Vozes

De mansinho, vem para junto de mim. Por este caminho, tenta não causar distúrbios. Não vamos desassossegar as outras vozes - que te desassossegam -. Acredita no que te digo - não no que as outras vozes te dizem -. Não tenhas receio de voar. - Maggs -