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Showing posts from March, 2007

Conta no banco

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Quando abri a conta no banco, a simpática senhora falou-me da grande novidade, i.e. da possibilidade de eu aceder à minha conta do banco através da internet e ... de graça! Eu, ainda deslumbrada pela facilidade que foi abrir a conta, fiz o meu papel de cliente muito agradada com todas as vantagens que iria usufruir por passar a pertencer ao seu banco. Bem... assim que tive internet em casa, decidi aceder à minha conta e 'conhecer os cantos à casa'. Nessa minha ânsia de exploração da página da internet do banco, tive a habilidade de enviar a mim própria um cheque de 100 dólares (vá lá, não coloquei mais zeros....). Uns dias depois recebo, em casa, o famoso cheque passado em meu nome. Ainda hoje estou para perceber a vantagem disto... tenho de perguntar a um 'nativo' destas paragens. Bem, depois lá fui eu novamente ao banco depositar os 100 dólares. Evidentemente, o meu olhar era seguro e a minha expressão era a de alguém que tinha propositadamente enviado um cheque a si

As minhas saudades

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Desde que tenho internet, mal chego a casa, ainda na luta de tirar sapatos, mala e casaco, ligo o portátil para ouvir uma qualquer estação de rádio de Cabo Verde. E estando aqui na diáspora, como me apraz ainda mais ouvir falar crioulo... Pois é, desde que tenho internet em casa, hoje a CVT deixou-me, pela primeira vez, pendurada e o silêncio incomoda-me porque apetece-me ouvir as vozes anónimas que telefonam para a rádio e falam do seu dia-a-dia. Esses telefonemas fazem-me rir, chorar - fazem-me companhia porque não quero ter televisão em casa. Estar longe das pessoas que mais gosto, dos lugares que me são familiares e que aprendi a apreciar, faz-me valorizar o mais pequeno pormenor e como sinto a falta de ouvir crioulo porque o seu som, o seu tom, as suas expressões características levam-me de volta às minhas raizes. Na língua portuguesa, a palavra 'saudade' é das minhas preferidas porque relaciono com tudo o que é mais importante para mim e que me faz falta. Por isso, tenho

Conta no banco

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Quando fui fazer o doutoramento a Inglaterra, lembro-me ainda perfeitamente da dificuldade que tive para abrir uma conta no banco. O João e eu percorremos a bela high street de Sutton e, se não me falha a memória, só na quarta tentativa é que consegui ter uma conta no banco. Apesar de ter comigo o meu primeiro salário e uma carta a dizer que tinha um contrato com o Institute of Cancer Research por três anos, eles mostravam-se irredutíveis. Não tinham nenhuma informação sobre mim. Mas no banco que consegui abrir a conta, ofereceram-me um cheque de 20£ para gastar na livraria Waterstones! Por isso, quando me dirigi ao banco aconselhado pelo secretário do departamento onde estou a trabalhar, confesso que ía já mentalizada para a lenga-lenga de não terem nenhuma informação sobre mim, etc, etc. Mas qual não foi o meu espanto porque não só fui muito bem atendida (bem, aqui, à partida, atendem sempre bem ... com excepção dos serviços públicos, obviamente!) como também ganhei vários bónus. E o

Os meus óculos Dior

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Na semana que cheguei, ainda a adaptar-me ao modo de viver americano... isto tudo são desculpas para dizer que sim, eu fui a um McDonald's nas minhas primeiras semanas aqui. É o fast-food mais próximo do meu castelo imperial. Bem, entrando na questão propriamente dita: Acho que foi na minha segunda ida ao McDonald's. Quando se compra o menú, dão-nos o copo e nós é que enchemos (e voltamos a encher e voltamos a encher) com a bebida da nossa escolha. Bem, estava eu concentrada a encher o meu copo com coca-cola quando um rapaz ao meu lado diz 'óculos engraçados. É preciso receita para comprá-lo?'. Olhei para ele e ele estava a olhar para o copo dele e a enchê-lo com a sua bebida. Como ele não olhou para mim, pensei, 'isto não é para mim'. Continuei a encher o meu copo de coca-cola. Depois, quando estou a colocar ketchup num copito, ele volta a dizer a mesma coisa e eu volto a olhar para ele e ele não olha para mim. Voltei a pensar 'isto não é para mim'. Fin

Aviso

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Este aviso de 'abrigo de furacões' encontra-se no bloco de apartamentos onde vivo. Contudo, em vez de ficar assustada ante a possibilidade de um furacão me levar a procurar abrigo por detrás dessa porta, sorrio sempre que passo por ela... É que consigo imaginar todo o bloco de apartamentos ser levado pelo ar e esta porta ficar de pé, inamovível e irredutível perante a intempérie... E por detrás dessa porta um grupo de pessoas assustadas! O que me leva a imaginar este cenário é que eu consigo ouvir o meu vizinho do lado a abrir a porta do micro-ondas que se encontra na cozinha do apartamento dele! Consigo ouvir a sinfonia da máquina de roupa do meu vizinho de cima, consigo ouvir o meu outro vizinho do lado ao telefone que, por sinal, é poliglota porque já o ouvi a falar francês para além do inglês. Em suma, este bloco de apartamentos, apesar de ser muito bonito e agradável, não é muito robusto. As paredes que separam as várias divisões devem ter a espessura de uma folha de papel

Em demanda de um número de segurança social

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A questão do número de segurança social é ainda um tema muito delicado para mim. A importância desses nove números na sociedade americana é assustadora. E eu fiquei em estado de choque quando a minha vida aqui se tornou dependente desses benditos nove números e ainda hoje reclamo sempre que se fala sobre o número de segurança social ou fico logo de má cara se nalguma loja me pedem esse número. Bem... o melhor é eu começar pelo princípio. Na semana que cheguei, uma das minhas principais preocupações era instalar um serviço de internet no apartamento onde ficaria a viver. Por isso, fiquei pasma quando na loja me pedem o número de segurança social e a carta de condução - hei-de 'desabafar' para a próxima sobre a condução aqui! - Bem a questão da carta de condução ficou resolvida porque mostrei o meu passaporte mas o número de segurança social era fundamental.... Em suma, é através deste número que conseguem aceder ao historial de crédito de uma pessoa. Por isso, nada feito! A simp